23/09/2024

Maturidade colectiva e actualidade

Na ilha da Madeira, um Caracal paga com a vida uma guerra de egos. O governo regional ordena à comunicação social que se cale acerca dos incêndios e manda a polícia enxotar os repórteres. Uma investigação de dois anos da Polícia Judiciária, acusa uma catrafada de gente, públicos e privados, de corrupção. No entanto, ninguém se retrata, ninguém se demite, ninguém é preso. Fica tudo rigorosamente na mesma. As mesmas caras nos mesmos sítios.

No continente, uma fuga da prisão à anos vinte (encosta-se uma escada ao muro e ala que se faz tarde), digno de filme mudo a preto e branco, mas no século XXI com video vigilância e trinta guardas ao serviço, choca toda a gente, menos os fugitivos que, até se dão ao luxo de ameaçar o estado com processos legais, por ter divulgado os seus dados pessoais sem autorização. No entanto, a culpa, é do protocolo. Que toda a gente seguiu, à risca.

As explorações de eucalipto são plantadas com cinquenta centímetros entre cada árvore mas, quando desata tudo a arder, a culpa é do idiota da aldeia a brincar com um isqueiro. E da falta de meios para combate a incêndios rurais e florestais.

A comunicação social difunde, massiva e repetidamente tudo isto, perfeitamente afinada a uma voz, sem qualquer tipo de contraditório, sem debate, sem levantar questões inconvenientes, embora pertinentes.

Impõe-se a pergunta: Portugal, não há aí ninguém adulto?

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