04/06/2022

Deep Depp

Antes do Johnny Depp revelar ao mundo que a miséria (também) veste Prada, aconteceram muitos outros casos ilustrativos que a justiça, por vezes, de justa tem pouco. A acusação de violação por parte de uma Groupie (para ser simpático) a alguns dos elementos de uma banda de Death Metal polaca em digressão pelos Estados Unidos foi deixada cair pelo ministério público americano justificando a sua decisão "no melhor interesse da vítima". Tire-se as conclusões possíveis, considerando que os detalhes argumentações e provas não foram divulgados. Na europa, um padre condenado por violação de uma menor, foi posteriormente absolvido e libertado, por a jovem num baque de consciência confessar ter inventado toda a história.

Na sociedade contemporânea, sedenta de sordidez, populada por gente mal formada em busca de protagonismo, onde cada vez mais jovens têm como objectivo de vida virem a ser influencers, o que quer que isso seja, dispostos a pagar o preço, qualquer que ele seja, basta atirar lixo e promover campanhas de assassínio de carácter para que o objectivo seja cumprido. Ora camuflados de vítimas, ora munidos de mentiras disparadas por línguas afiadas, satisfazem a morbidez voyeurista da populaça, mais interessada no preenchimento do vazio que é a sua vida mesquinha insignificante, do que, na verdade.

Quem fica com a reputação desfeita e, em última análise a vida, tem de inventar força e engenho para recomeçar tudo de novo. Com a sombra permanente da ameaça, presente a cada passo. Desconfiança perpétua nas relações pessoais. Igualmente na vida social. Insegurança contínua no meio profissional. Inventar força e engenho para nunca se render e seguir em frente de cabeça erguida. Custo elevado para a satisfação de frustrações caprichos e petulâncias alheias, irresponsáveis, vindas de quem um dia, ou por um momento, chegou a ocupar um lugar relevante na existência do que viria a ser objecto de ódio. Ou instrumento para um fim.

Falte a justiça, resta uma ténue esperança no karma. Foi bom para o Depp que a justiça não faltasse. Pelo menos, pela visibilidade, alimenta esperança noutros idiotas crédulos na humanidade.

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