Passo grande parte do meu tempo na estrada e tenho notado o crescente numero de portagens com auto-pagamento. Mesmo nas cabines onde ainda permanecem portageiros a exercer a sua profissão, já lá está a maquina embutida. Calculo que a alteração seja mesmo em todas.
A Brisa prepara-se para passar as tarefas do portageiro, para os seus clientes.
Aquela maquineta que está na lateral das cabines, não deve diferir em muito da maquineta operada pelo portageiro. Mete talão, paga, dá recibo, fim de processo. Claro que pode ser infinitamente mais detalhado que isto, mas eu não sou consultor na Accenture.
Posteriormente, quando passar algum tempo e os clientes já estiverem amestrados pela tecnologia. E aquela porra encravar, ou não der troco, ou não ler o multibanco, ou outra merda qualquer no género, estou para ver a quem é que vamos reclamar ou pedir ajuda.
Estacionas o carro lá á frente, vais ao escritório se ele existir, inicia-se um processo absurdamente burocratico, absolutamente intencional, de modo a desencorajar o reclamador de reclamar. E ora aí tens mais uma medida de poupança.
Ou seja, o cliente passa a usufruir de menos serviço, e a empresa poupa uma pipa de massa em recursos humanos. Vinte e cinco por cento, segundo parece.
A Brisa não é daquelas empresas aflitas, á beira da falência. Pois não? Estas medidas não estão enquadradas numa operação de recuperação e viabilidade económica, como se de uma empresa em maus lençois se tratasse. Certo?
Com todas estas poupanças e delapidar da qualidade de serviço, o mínimo expectável, é a descida do preço das portagens. Não é lógico?
A lógica não tem nada a ver com isto. Nem ela está interessada em tais companhias. Vivo num buraco onde, dois mais dois raramente são quatro. Onde A mais B dificilmente é igual a C.
É com grande desilusão que constato que, mesmo eu, estou considerávelmente domesticado. Qualquer dia, quando for comprar um queque da Danone e me derem um saquinho com ovos em pó, farinha e açucar, não vou estranhar.
25/11/2010
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essas cenas nao dao para avariar como os parquimetros? O povo portugues é k é muito domesticavel. Se fossemos outros recusavamo-nos a usar essas máquinas, chamando sempre alguem para auxiliar no pagamento. É tipo as bombas de gasolina, o cliente faz o serviço todo e ainda tem que pagar.
ResponderEliminarnão sei porquê, mas acabo sempre por concordar cntg... as incongruências são tantas... será que ninguém as vê? quer ver? ou está para se chatear com o assunto?
ResponderEliminarQuanto á domesticação tecnológica, é triste mas é verdade... Mas acho que a coisa ainda é capaz de piorar bastante nos próximos anos.
é que as máquinas são mais humanas que a maior parte dos portageiros...
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